quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Afinal o que é isto da democracia?



Antes de partir para qualquer exposição do tema importa dizer que a democracia tem origem na palavra grega “demos”, que significa povo, e é precisamente por ai que irei começar.


Como sabemos este sistema de governo teve origem na Antiguidade clássica, mais concretamente em Atenas, em que todos cidadãos discutiam e procuravam encontrar soluções para os problemas em assembleias populares. Mas é logo aqui que encontramos a primeira lacuna deste sistema que ainda estava na sua fase embrionária, pois apenas uma pequena percentagem da população poderia participar activamente na vida política da cidade, portanto ser um cidadão ateniense era uma condição que poucos usufruíam.


Saltando um pouco na historia e obviamente não esquecendo o papel que Roma desempenhou no desenvolvimento e consolidação desta ideologia politica, partimos agora para a época da modernidade histórica mais concretamente a partir dos séculos XII e XIII, com os abusos a que se assistiam por parte dos governantes surge uma corrente liberal, com pensamentos como o contrato social de Rosseu que visava estabelecer um pacto entre governantes e governados.


Posteriormente no século XX e depois de períodos conturbados como a revolução Bolchevique e a implementação de um regime comunista na Rússia, bem como a fixação de regimes fascistas em alguns países e claro as duas guerras munidas, pode dizer-se que a Europa é hoje um continente democrático e por sua vez Portugal também.


Após este retrato de contextualização histórica da democracia, importa agora ir ao fundo da questão. A democracia é algo que assegura e respeita os direitos fundamentais, assegura a separação de poderes e a participação da população na vida política, e é aqui que podemos fazer a destinação na forma de participação do povo, que pode ser exercida de forma directa, ou seja intervêm em todos ou de forma representativa através de eleições escolhem-se os representantes que posteriormente vão tomar as decisões, seguindo na teoria a vontade do povo.  


E é aqui que associamos liberdade a democracia. Esta associação está bem conseguida, no entanto o conceito de liberdade é ainda deturpado por algumas pessoas, uma vez que estas acreditam que a liberdade lhes confere o direito de dizer tudo aquilo que lhes apetece ou agir sem pensar nas consequências, só porque têm do seu lado esta tal palavrinha milagrosa denominada de liberdade para justificar os seus actos.


Assim como podemos constatar, esta vertente ideológica torna-se um autêntico “ quebra-cabeças”na altura em que se pretende aplicar na sua expressão mais pura, pois está repleta de imperfeições, até mesmo nas suas maiores bandeiras como a participação política do povo, que continua a ser imperfeita. Olhando para o exemplo do nosso pais, quando vamos às urnas não sabemos quem estamos a eleger para nos representar, apenas votamos num partido que por sua vez tem toda a liberdade de escolher quem vão ser os membros da sua lista, facto que denota alguma falta de transparência que em pouco se enquadra na translucidez a que uma democracia se propõe.


Em suma torna-se evidente afirmar que a democracia é posta à prova todos os dias e todos os dias duvidamos da sua eficiência, mas é como dizia o saudoso político britânico Winston Churchill “A democracia é a pior forma de governo, excepto todas as outras que têm sido tentadas”.


António Pedroso


Sem comentários: