Em
primeiro lugar queria pedir desculpa aos nossos leitores pelo atraso na
colocação deste artigo.
Dado
que este texto é referente ao mês de abril, pareceu me incontornável não falar
da revolução que surgiu em Portugal no dia 25 de abril de 74, esta revolução
resultou de um golpe de Estado militar orquestrado pelo MFA (Movimento das
Forças Armadas), que depôs o regime do Estado Novo, vigente desde a constituição
de 1933.
Como
sabemos Portugal estava envolvido numa guerra colonial bastante contestada e a
acrescentar a isto o regime já não gozava da solidez dos tempos do Prof. Salazar, bem
como a popularidade de Marcello Caetano (Presidente do conselho de Ministros)
já não era a de outros tempos, estes foram alguns dos factores que potenciaram
a revolta.
Importa salientar que esta
revolução foi feita sem “sangue”, apenas foram destronadas as instituições do
regime. Após o golpe foi criada a Junta de Salvação Nacional, responsável pela
nomeação do Presidente da República e pelo programa do governo provisório.
Assim, a 15 de Maio de 74 o General António Spínola foi nomeado Presidente da
República. O cargo de Primeiro-Ministro foi atribuído a Palama Carlos.
Depois seguiram-se períodos
muito difíceis, nomeadamente com o conturbado “Verão Quente de 75”, marcado por
ocupações, sucessivos governos provisórios e por uma forte agitação social.
Estabilizada
a conjuntura politica e social, prosseguiu-se com os trabalhos para a
elaboração da nova Constituição da Republica Portuguesa, que viria em 1976
implementar em Portugal um regime democrático que vigora até aos dias de hoje.
Em
jeito de conclusão e depois de ter feito uma contextualização histórica,
importa na minha opinião tirar algumas conclusões deste acontecimento histórico
que já leva trinta e oito anos de existência. Assim não são muitos os dados
positivos que podemos tirar da revolução de Abril, pois se por um lado hoje os
cidadãos não vêm as suas liberdades restringidas, por outro vêm um país que há
trinta e oito anos é abafado por uma corrupção que nos deixou à beira da banca
rota, em que a verdade politica não existe, em que a palavra “patriotismo”
parece já não constar do nosso dicionário, já não falando da forma infantil e
despreocupada como foram entregues as colonias.
Por
fim penso que teria sido mais saudável para o país ter sofrido uma evolução em
vez de uma revolução, ou seja, deveria ter havido uma transição para a
democracia de uma forma planeada e bem estruturada, que passaria no meu
entender pela aposta na formação e educação progressiva da nossa população.
António
Pedroso
1 comentário:
Olá António, peço desculpa estar a corrigir até porque provavelmente acredito que foi um lapso.
No entanto, o Primeiro Ministro pós-25 de Abril chamava-se Adelino da Palma Carlos e não "Palama"
Mais ainda, além de Primeiro Ministro precoce (apenas 2 meses) foi Bastonário da Ordem dos Advogados e Director da Universidade onde estudas.
Se um dia vieres a gostar da disciplina de Direito Penal/ Processo Penal e pesquisares sobre Adelino da Palma Carlos ou Manuel João da Palma Carlos, vais encontrar doutrina interessante.
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