Pensamos que, às vezes, não restou
um só dragão. Não há mais qualquer bravo cavaleiro, nem uma única princesa a
passear por florestas encantadas. Pensamos, às vezes, que a nossa era está além
das fronteiras, além das aventuras. Julgamos que o destino já passou do horizonte
e se foi para sempre. É um prazer estar enganado. Princesas e cavaleiros,
encantamentos e dragões, mistério e aventura não existem apenas aqui e agora,
mas também continuam a ser tudo o que já existiu neste mundo. No nosso século,
só mudaram de roupagem. As aparências tornaram-se tão insidiosas que as
princesas e cavaleiros podem esconder-se uns dos outros, podem esconder-se até
de si mesmos. Contudo, os mestres da realidade ainda nos encontram, em sonhos, para
nos dizerem que nunca perdemos o escudo de que precisamos contra os dragões;
que uma descarga de fogo azul nos envolve agora, a fim que possamos mudar o
mundo como desejarmos.
“A intuição sussurra a verdade.
Não somos poeira, somos magia.
Fecha os olhos e segue a tua intuição.”
Numa recente conversa com um amigo,
falámos de algo interessante e bem verdadeiro. Se dividirmos um ser humano em partes,
ou seja, retirarmos a cabeça, o braço, a perna e um orgão, tenho a certeza que
cada um de nós, como seres racionais que somos, iria entender que o corpo
estaria morto. Ora, se tivessemos um corpo separado em partes (um corpo sem
vida) não conseguiriamos entender qual a verdadeira essência do mesmo, entender
o seu comportamento, a sua maneira de funcionar, a sua “magia”.
Podemos aplicar este pensamento ao
Mundo em si. Ao vivermos uma vida inteira neste fantástico mundo, num país único
definido por fronteiras, numa única sociedade com certos valores e tradições,
nunca iremos entender a sua verdadeira essência.
Se vivermos uma vida inteira sem
amar a mudança, sem estarmos dispostos a conhecer todos os pontos positivos das
maravilhosas culturas deste mundo e também de partilharmos a história que cada
um tem trazido consigo ao longo deste tempo, não passaremos de meros visitantes
neste planeta.
Acreditem que viajar é, sem dúvida,
os melhores estudos que podemos ter. A evolução pertence aos aventureiros que
não têm medo de naufragar.
Comecemos do princípio.
Ao nascermos numa sociedade num
determinado país, no seio de uma determinada cultura e de uma determinada
família, tudo o que é ensinado e imposto torna-se natural, simples.
Se nascermos num país desenvolvido, numa sociedade de consumo, onde é esperado que
adoptemos um certo padrão de vida social, como ir à escola, licenciarmo-nos numa
boa universidade, entre muitos outros aspectos, esse vai-nos parecer o padrão
de vida correcto. Tudo o que estiver contra o que está pré-estabelecido vai
parecer estranho e errado, pois ao longo da vida foi-nos incutido um
determinado padrão de conduta social.
Qualquer pessoa a partir de certa
idade se questiona sobre a sua vida, sobre a maneira como a vive, se o que está
a fazer é o que a vai levar a ser feliz, a ter sucesso, de que forma se
enquadra nesta “sociedade de formas”, até que ponto deverá seguir a sua intuição,
enfim poderiamos mencionar uma série de aspectos.
Questionar é bom! Poucos são os
que se questionam e começam esta aventura de conhecer o mundo, conhecerem-se a
si prórios sem estarem sujeitos a determinada forma social. Poucos são os que
têm a coragem de seguir a sua essência humana. Poucos são os que tem a coragem
de seguir o seu caminho, por vezes optar por um caminho difícil, mas eventualmente
um caminho melhor. Poucos são os que dão oportunidade a si próprios de serem
eles mesmos, de serem felizes e de se autorealizarem, por medo do que a sua
família, sociedade ou país possa achar.
Certo dia um sábio disse: “Há um
momento na vida de qualquer homem a que se chega a duas opções: Submetermo-nos
ou Lutarmos. Lutarmos como homens, determinados a atingir o que pretendemos e
quem realmente queremos ser, sem perder tempo com conversas vãs e inação.”
Vivemos numa era de mundanca, de
evolução e de globalização, onde toda a gente tem a facilidade de viajar e de
experienciar este fantástico mundo. Vivemos numa era onde muitos paises
incluindo o nosso (Portugal) passam por tempos dificieis, provenientes de um
sistema monetário imperfeito e injusto. Vivemos igualmente numa era de
contrastes sociais e culturais gigantescos. Por outro lado, atravessamos uma
época de oportunidades para evoluirmos como seres humanos, como sociedades,
como países, como um mundo. Não será a mudanca essencial?.
Se os cientistas dizem que o universo
é tudo e tudo é o universo, não seremos nós então o Universo? Quem melhor do que
nós, que somos o
próprio universo para o explicar? Quem melhor do que nós para tentar explicar o
que se passa no nosso mundo? Quem melhor que nós para nos explicarmos a nós mesmos
e decidir qual o caminho a explorar?
Temos a informação necessária para
ser seres humanos evoluídos e vivermos a vida de uma forma responsável.
Melhor, temos as ferramentas
necessárias para nos descobrirmos a nós próprios e não sermos persuadidos por
falsas ideologias. Se conseguirmos que as ideologias fiquem de parte, teremos
uma capacidade ilimitada para absorver e criar, aceitar tudo e todos sem nenhum
julgamento.
Numa civilização
baseada em ego não e fácil viver em harmonia com o mundo nem sentir a
verdadeira relação com a natureza e com o mundo que nos rodeia.
Vivemos numa “sociedade
de formas”, uma sociedade onde tudo surge formatado, até mesmo o amor.
Quem não imagina
o seu casamento com determinado “formato”? Com uma pessoa de certa “forma”? Num
lugar de perfeitíssima “forma”? Tudo está formatado.
Se deixarmos as formas e ideologias para trás, sem dúvida vamos conseguir
viver num universo não formatado, pois as formas são como as nuvens,
dissolvem-se e depois solvem-se outra vez.
Quando deixarmos
de catalogar tudo, quando deixarmos de estar presos à história da nossa vida,
ao passado e ao futuro, nesse momento estaremos vivos para o Presente. Tornar-nos-emos
pessoas simples sem necessidade de nos sentirmos ou nos identificarmos como
pessoas especiais, seremos simplesmente seres vulgares, livres de qualquer tipo
de pressão social ou pessoal, a liberdade para sermos nós próprios.
As vozes que nunca parecem parar de sussurrar nas nossas cabeças não passam de
vozes de uma sociedade obcecada pela Forma, essa mesma sociedade que pouco sabe
sobre as principais dimensões da existência humana, como o espiritual, o mágico,
o universo, o mundo não formatado...
Qual é o interesse de conquistar o mundo se nos perdermos a nós próprios?
O momento presente é o portal para uma dimensão “sem formas”, onde o passado
e o futuro simplesmente não acontecem. Há pessoas que carregam o fardo do
passado e do futuro as costas, na esperança de que um dia tudo faça sentido, ou
justificando as suas frustrações como resultado de experiências vividas, mas na
verdade a única realidade que existe e sempre existirá é o presente e só o
presente, este momento e mais nenhum...
No presente não existe espaço nem tempo, o sol tão pouco se põe, é tudo uma
questão de perspectiva do observador, não é quem somos mas o que somos . Por mais longa que a nossa jornada pareça, nunca haverá
mais do que isto. Um passo, uma respiração, este preciso segundo, este preciso
momento.
Coragem é
preciso, a mudança é essencial e a evolução será genial.
Este artigo não tem
como objectivo dizer a cada um de vocês o que fazer, mas apela a que cada um
seja líder de si próprio, que crie por si próprio, pense por si próprio e que
siga a sua jornada sem medo, que siga o seu caminho decidido, que alcance o seu
maior objectivo, pois se assim for, sem dúvida, será ser feliz e fará os outros
felizes.
Viagem, procurem,
experimentem, pensem muito, não pensem às vezes, façam, fiquem, andem, vão, não
vão, mas leiam, pesquisem, marquem, embarquem, partilhem, mantenham-se informados,
oiçam, não oiçam, perguntem, respondam, ajudem os outros, ajudem-se a si próprios,
caminhem... caminhem... e caminhem, sózinhos, acompanhados, com namorado, sem
namorada, com amigos, sem amigos, caminhem... caminhem... e caminhem, em
lugares de ninguém, em lugares espantosos com alguém, na vossa estrada, numa
estrada iluminada e infinita, numa estrada sempre observada pelo sol, vejam,
reajam, nao reajam, escutem, apreciem, continuem a caminhar, mais e mais, riam,
sejam felizes, facam alguém feliz, chorem, levantem-se, olhem para a frente
continuem a caminhar, o momento não está longe, o vosso momento, a estrada é
longa, o caminho muitas vezes difícil, mas o sol está sempre lá em cima, ilumina,
vão, sejam líderes, criem.. criem... e criem.
Não párem, a
jornada, a missão, a aventura, a magia está aqui, agora, no vosso caminho, o
caminho para o sucesso e felicidade pode ser difícil se escolhermos o caminho
mais fácil, ninguém os pára agora, rápido, devagar, não interessa, interessa, o
momento está cada vez mais perto, tentem mais, façam, vão, determinem, naufraguem
, experienciem, estudem, leiam, pratiquem, olhem e vejam, oiçam e escutem,
toquem e sintam, provem e saboreiem, cheirem e respirem o ar do vosso caminho
para que, quando o vosso momento realmente chegar, não terem de escolher entre “isto”
ou “aquilo”.
Pura e
simplesmente saberão.
Parece sempre impossível
antes de o termos feito.
Lourenço Bruschy
6 comentários:
Muito bom !!!
Lindo e tão verdadeiro!!
Genial
grannnnnnnnnnde lourençoooo
grandeee lourençoooooo
Gostei! Aliás, já sabias que iria gostar!
É por aí...
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